O comando de greve dos aeroportuários aguarda uma ligação do ministro Gilberto Carvalho, da Secretária Especial da Presidência da República, para encerrar a greve iniciada à 0h desta quinta-feira.
A paralisação tem todos os componentes de um movimento tático, cujo objetivo é forçar o governo federal a incluir a categoria na discussão do edital para o leilão de concessão dos aeroportos de Brasília, de Viracopos, em Campinas (SP), e de Cumbica, em Guarulhos (SP), previsto para dezembro.
Segundo o presidente do Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários), Francisco Lemos, a meta do movimento nos três aeroportos não é, por enquanto, criar um caos aéreo nos desembarques e embarques de passageiros e nos pousos ou decolagens de aviões.
"Nosso objetivo é apenas o de garantir a nossa participação nas discussões do edital de concessão. Hoje estamos fora e achamos que é fundamental participarmos", disse. A categoria reivindica estabilidade de pelo menos dez anos, participação nas áreas de manutenção especializada (nos equipamentos de navegação aérea), na fiscalização de pistas e na segurança aeroportuária.
Segundo o líder grevista, a decisão do governo de incluir o sindicato na mesa de negociação para discussão do edital encerraria a paralisação --prevista para durar até amanhã (21)-- imediatamente. Para o presidente do Sina, essa é a grande meta da greve, que tem aspectos mais midiáticos do que o de confronto. "Não queremos provocar transtornos aos usuários. Não queremos eles contra o movimento", disse.
TRANQUILIDADE
De fato, o plano de contingência deflagrado pela Infraero tem funcionado. Operações críticas como embarque e desembarque de passageiros, assim como pousos e decolagens, estavam funcionando normalmente até o final desta manhã.
O plano descolocou funcionários das áreas administrativas para o atendimento. Outra medida foi a de não exigir o trabalho uniformizado de funcionários, com o objetivo de não criar animosidades com os grevistas.
Durante a assembleia matinal, um grevista subiu ao carro de som e conclamou a categoria a radicalizar o movimento. Após o pronunciamento do funcionário, o presidente do Sina baixou o tom. "Por enquanto, não é o momento de radicalizar. Sei fazer isso e tenho muitas ideias para isso, mas não é hora para isso", disse.
A previsão é que o usuário dos três aeroportos afetados por essa mobilização não tenha grandes problemas para embarques e desembarques. A confusão pode ocorrer mesmo se o governo não admitir a categoria na mesa onde se escreve neste momento o edital de concessão ou quando --já na mesa-- a categoria não vir refletido os pontos centrais da reivindicação. É quando os aeroviários não irão ligar, como agora, para a opinião pública.
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