A real academia de Ciências da Suécia anunciou na manhã desta terça-feira (4) que o prêmio Nobel de física de 2011 vai para três pesquisadores que descobriram a aceleração da expansão do universo a partir da observação de supernovas distantes. Os americanos Saul Perlmutter, Adam Riess e o americano-australiano Brian Schmidt vão dividir o prêmio de 1.5 milhão de dólares (cerca de 2.8 milhões de reais).
De acordo com os jurados do Prêmio Nobel, o estudo dos astrônomos permitiu novos entendimentos sobre a evolução do universo. Os dois grupos de pesquisadores descobriram que a expansão não estava indo mais devagar, como se acreditava, na verdade ela estava se acelerando.
Schmidt recebeu o anúncio e sua casa na Austrália (às 21h no horário local) e falou ao vivo durante a cerimônia. "Tenho a mesma sensação que tive quando as minhas crianças nasceram. Estou muito animado e surpreso. Ocasionalmente as pessoas falavam sobre isso, mas eu não esperava pelo prêmio" disse o premiado que afirmou que vai dormir em breve e que nestas próximas horas deve pensar em o que pretende fazer amanhã. O professor afirmou que dará aula amanhã na Universidade justamente sobre o assunto que foi premiado.
Expansão acelerada
Trabalhando separadamente em dois grupos de pesquisa durante os anos 1990 – Perlmutter em um e Schmidt e Riess em outro – os astrônomos traçaram o mapa da expansão do universo por meio da análise de um tipo de supernovas, explosões ocorridas no fim da vida de estrelas com muita massa.
Eles descobriram que a luz emitida por mais de 50 supernovas distantes era mais fraca que o esperado, um sinal de que o universo estava se expandindo a uma taxa acelerada.
Eles descobriram que a luz emitida por mais de 50 supernovas distantes era mais fraca que o esperado, um sinal de que o universo estava se expandindo a uma taxa acelerada.
"Por quase um século já se sabia que o universo está se expandindo por consequência do Big Bang, há cerca de 14 bilhões de anos”, disse um dos membros do comitê durante o anúncio do prêmio. "No entanto, a descoberta de que essa expansão está se acelerando é espantosa. Se a expansão vai continuar a acelerar o universo acabará em gelo". Acredita-se que a aceleração seja impulsionada pela energia escura, um dos grandes mistérios do universo.
De acordo com a academia sueca, os três pesquisadores foram pegos de surpresa pela descoberta. Eles esperavam encontrar como resultado de seus estudos que a expansão do universo estava desacelerando. Mas as duas equipes chegaram justamente à conclusão de que as galáxias distantes estavam se afastando a uma velocidade cada vez maior.
Perlmutter, nascido em 1959 nos Estados Unidos, coordena o Projeto Cosmológico Supernova, na Universidade de Berkeley.
Seu colega Schmidt, nascido também nos Estados Unidos em 1967 e com nacionalidade australiana, é professor da Universidade Nacional da Austrália.
O terceiro premiado, nascido em Washington em 1969, é professor de astronomia e física em Baltimore (EUA).
O anúncio do prêmio segue ao correspondente de Medicina, na véspera, que dividiram o americano Bruce Beutler, o franco-luxemburguês Jules Hoffmann e o canadense Ralph Steinman, falecido na sexta-feira passada.
A estes anúncios se seguirão nesta quarta-feira o Nobel de Química, o de Literatura na quinta-feira, e o da Paz na sexta-feira, enquanto o de Economia será conhecido na segunda-feira.
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